domingo, 27 de janeiro de 2013

A tragédia que fez o sul chorar


A distinção de cada um define o tipo de entretenimento que buscam. Os jovens universitários, alunos da UFSM estavam apenas comemorando um momento especial, uma conquista, um início. Mas seus ânimos foram se esvairando junto com a fumaça que saía pela porta, assim que foi aberta. Pelo menos 234 jovens morreram na segunda maior tragédia ocorrida no Brasil. 
A percepção de que algo não estava certo se dá logo na análise das condições de funcionamento do local com indevida segurança. O local tinha o alvará(licença para funcionamento de um estabelecimento comercial -dc infor.) vencido, o que  significa que o local havia sido inspecionado há um tempo considerável e que durante esse meio tempo, muitas negligências podem ter ocorrido, inclusive a que ocasionou o ocorrido na madrugada deste domingo, dia 27. Em segundo lugar, qual ser humano, em plena consciência de seus atos, acende um instrumento inflamável em um lugar fechado, sem janelas e com materiais de fácil calcinar espalhado pelo teto? Mas quem leva isso em consideração antes de botar o pé em uma boate? Ninguém imagina que isso possa acontecer consigo, ou se cogitam uma tragédia dessas, não julgam que possa ocorrer exatamente naquela noite, justo naquela noite em que eles se encontram lá para comemorar. Foi estimado que o fogo começou em torno das 2:30 da manhã, quando um integrante da banda que se apresentava na hora do fato acendeu um sinalizador. A chama pegou esponja de isolamento acústico e se alastrou rapidamente pelo local, mas o registro do número de mortos indica que a maioria das vítimas foram a óbito devido a inalação de fumaça tóxica.
Tomados pelo desespero que o momento desencadeou, as vítimas corriam desesperadas pelo meio da fumaça preta sem ter noção de onde iam, e assim, iam inalando a fumaça. Umas corriam em direção aos banheiros acreditando que aquela seria uma saída de emergência, mas não deu tempo de perceberem, pois a fumaça bloqueava a visão nítida e entrava em seus pulmões. Foi notificado que chegou a dois metros de altura as pessoas empilhadas que buscavam a saída do local ou ao menos uma abertura para poderem respirar. Os que não tiveram a sorte de se salvar morreram asfixiados, carbonizados e até pisoteados.
Do lado de fora, os que se safaram ajudaram no resgate das vítimas que se encontravam dentro do local ainda pegando fogo. Quebraram paredes de forma precária para tentar agilizar o processo de resgate, faziam massagem cardíaca nas vítimas desmaiadas que já se encontram fora do estabelecimento, abanavam com suas camisas e confortavam os mais sensíveis. O mortos eram enfileirados em um ginásio para o posterior reconhecimento dos mesmos pelos familiares. Eis o momento mais doloroso. A ânsia e a esperança de se deparar com a lista e ver que seu filho(a) não está nela, ou a infindável angústia e desespero de ver o nome ali.
Todos sabemos que o dinheiro é importante para sustentação de uma vida ou de várias. Manter uma família, pagar contas, comprar mantimentos. É notório que o dinheiro move o mundo mas, lá se foram mais de 200 vidas esperançosas por um futuro cheio de conquistas. Todo estabelecimento deve dotar de medidas de precaução para não haver tamanha tragédia que abala multidões. Sem contar a audácia dos seguranças em não liberar a saída para os jovens por acreditarem que eles não iriam pagar, ou seja, os jovens teriam que pagar para sair com os seguranças tendo conhecimento do fato e, ainda assim, não acreditando no que estava acontecendo. Isso desperta muitos questionamentos  tendo em vista que os seguranças podem ter uma ponta de culpa pelo grande número de mortos. Quem sabe se esse número poderia ter sido reduzido?
Quem é o culpado de tudo isso não vem ao caso agora. A primeira coisa a se fazer é analisar o inquérito e esclarecer como tudo ocorreu. Depois veremos quem se apresentará perante o juíz e prestará contas com a lei. No momento, o que as famílias buscam não é vingança e sim o conforto emocional. As lembranças jamais morreram, ainda mais por serem trágicas. Os pais verão seus filhos em qualquer espaço da casa, qualquer pequeno objeto será motivo de lembrança. 
Por interseção de qualquer divindade que os familiares acreditam, que eles possam ser confortados nesse momento de luto. O RS, o Brasil e o mundo lamentam.

A injustiça da justiça

Após tomar conhecimento sobre um caso corriqueiro que a maioria da população brasileira está ciente, ou ao menos deveria estar, resolvi e pronunciar sobre o caso. A corrupção no Brasil está tomando o lugar da honestidade a ponto de desconfiarmos de qualquer político que assuma o poder do governo por mais que ele proponha soluções convincentes para mudar a realidade brasileira. Pois bem, o caso da corrupção se estende e chega até chefes do tráfico, assaltantes e ladrões por meio de superiores responsáveis por cuidar do destino desses delinquentes e, assim, reduzir a criminalidade a um número satisfatório. Policiais acompanhados do delegado responsável pela investigação do caso tinham uma andado de prisão de um traficante, o qual o nome não vem ao caso agora, vão em busca do mesmo em sua casa e não o encontram, assim, decidem procurá-lo em sua medíocre casa de praia com uma bela vista para o mar e se deparam com o esperado: a ausência do ladrão. O fato mais surpreendente de tudo isso é que a audácia do traficante é ilimitada. Foram encontrados em cima da mesa documentos que deixaram os policiais e o delegado embasbacados e ao mesmo tempo revoltados com a própria lei que os circundam diariamente e a mesma que tentam lutar para fomentar um pouco de justiça. Os documentos continham informações sigilosas sobre a investigação como o local de busca, dia e talvez até a hora em que os policiais chegariam para prendê-lo. A questão é: como esse criminoso teve acesso a essas informações inacessíveis ao público comum? É aí que paramos para refletir como os superiores da lei enriquecem de forma inefável. Não sabemos se é fruto do bom desempenho em tratar de julgamento ou se é por acobertar foragidos da lei e colaborar para o aumento da criminalidade no país.